Paim abordou questões que defende na reforma política, como o voto facultativo, o fim do financiamento privado de campanha e o mandato de cinco anos sem reeleição para todos os cargos. Ele se manifestou a favor do pleito das bancadas femininas da Câmara e do Senado de instituição de cota de 30% das cadeiras do Congresso e de destinação de 30% dos recursos do Fundo Partidário para mulheres. - O que percebo, sem dúvida, é que há uma vontade da população brasileira em aumentar a representatividade das mulheres na política – disse. O senador defendeu ainda o financiamento público de campanha. Para ele, o político que faz campanha com apoio econômico de grandes grupos privados está “vendendo a alma ao diabo”. Paim também acredita que o mandato de todos os cargos com eleição majoritária deve ser de cinco anos, sem reeleição para os cargos do Executivo. O parlamentar é favorável ao voto facultativo, pois, como argumentou, assim como acontece nos países democráticos desenvolvidos, o povo não deve ser obrigado a votar. - Ninguém deve ser obrigado a votar. Nós temos que conquistar o eleitor. Na verdade, se faz ao brasileiro uma ameaça – afirmou. Sobre o sistema eleitoral e político, Paim defendeu o voto distrital misto nas eleições aos cargos do Legislativo. Esse modelo é uma combinação do voto proporcional e do voto majoritário. Nele , os eleitores têm direito a dois votos: um para candidatos no distrito e outro para as legendas (partidos). - Vejo duas vantagens: ele aproxima o eleitor de seus representantes e fortalece lá na base os partidos. Os políticos têm que ouvir e prestar conta mais amiúde a seus representados, que podem fiscalizá-los melhor pela sua proximidade – afirmou. Paim defendeu também que os suplentes de senadores sejam os candidatos ao cargo com a segunda e a terceira maior votação. O parlamentar afirmou ser importante ainda uma política de inclusão do negro na nova legislação eleitoral. - Se pegarmos o número de parlamentares, não se chega a 1% [de negros], enquanto que a população negra é mais de 50% [da população do país]. Isso é um legado maldito da escravidão, que nós temos o dever de mudar – disse. Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)