Paim colabora com pesquisa internacional sobre atuação das polícias e a responsabilidade proteger Uma pesquisa internacional sobre atuação das polícias e missões internacionais está mapeando ações governamentais, normas e estudando casos de atuação policial no Brasil e em vários países do mundo. Os pesquisadores que integram o Instituto de Política Pública Global estiveram no Senado Federal, em diálogo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), senador Paulo Paim (PT-RS), nesta terça-feira (17), na busca de informações para a pesquisa Evolução de Normas Globais e a Responsabilidade de Proteger(tradução livre. Veja a pesquisa aqui). Para o senador, a violência policial no Brasil tem cor, classe social e espaço geográfico definidos. No diálogo foram constatadas a força das manifestações populares e excessos da polícia sobre as classes mais pobres da população. O senador Paulo Paim, demonstrou um histórico de atuação da CDH e do Senado sobre as políticas internacionais de cooperação brasileira. Ele lembrou a audiência realizada sobre a atuação das tropas brasileiras pela Força Tarefa da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, pela Minustah. Segundo os pesquisadores, Philipp Rotmann e Sarah Brockmeier, do Instituto Global de Políticas Públicas, a intenção da pesquisa é mapear os cenários de violência policial e as políticas internacionais de cooperação, sob o ponto de vista da “responsabilidade de proteger”. Eles estão pesquisando a realidade brasileira de atuação das polícias, sobre as execuções e mortes não investigadas, os autos de resistência, e o tratamento na convivência entre polícias e comunidades periféricas. India, China, Europa, Rússia e Estados Unidos também são objetos do estudo. Os pesquisadores dialogaram com o senador sobre o posicionamento internacional do Brasil nas políticas de Direitos Humanos. Para Paulo Paim, a posição brasileira tem se ampliado com as participações da ex-ministra dos Direitos Humanos, a deputada Maria do Rosário, junto ao Tribunal Internacional da ONU, bem como a realização do Fórum Mundial de Direitos Humanos, em 2013. Violência policial no Brasil De acordo com o senador, o racismo se demonstra nos casos de violência policial contra as pessoas mais humildes, lembrando o caso de Amarildo de Souza. “A pobreza e a violência policial no Brasil infelizmente tem cor, atinge especialmente a população negra do país”, disse. Sobre isso, Paim lembrou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que está sendo proposta no parlamento brasileiro sobre o extermínio da juventude no Brasil. “A cada dez mortos dessa forma violenta no país, sete são negros”, afirmou o senador Paim. Segundo dados da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), o homicídio é a principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, em sua maioria negros e moradores de periferias. Ele também reforçou o problema com relação aos presídios que promovem ainda mais insegurança pela desumanidade de tratamento e uma política equivocada de encarceramento por crimes de menor potencial ofensivo. O senador recordou da audiência realizada ainda em 2013 na CDH Senado sobre o extermínio da juventude negra no Brasil. Violência contra jornalistas O senador pontuou ainda a violência contra jornalistas no Brasil, na América latina e outros países em conflito. Ele lembrou a audiência realizada na comissão após os atos que ficaram conhecidos como Jornadas de Junho, de 2013. Para o senador a segurança da imprensa é um dos pressupostos para a democracia.