E eis que os trabalhadores são chamados ao “sacrifício pelo bem do país” e são levados ao palco como estrelas em um cenário de ajuste das contas públicas, esforço fiscal e superávit primário. Ironias à parte, todos nós sabemos qual é o final desse roteiro: a retirada de direitos e de conquistas da nossa gente. Duas Medidas Provisórias foram enviadas ao Congresso Nacional alterando regras do Seguro-Desemprego, Abono Salarial, Seguro-Defeso, Pensão por Morte, Auxílio-Doença e Auxílio-Reclusão. O governo justifica que são medidas de combate a fraudes e distorções, além de gerarem uma economia de R$ 18 bi. Mas, alto lá. Basta dar uma olhada nas MPs e perceber que a chuva que vem por aí terá muitos raios e trovões. A nota técnica do DIEESE afirma que “por mais que o governo alegue que não há retirada de direitos dos trabalhadores, as novas regras limitam o acesso de milhões de brasileiros a esses benefícios, o que na prática, significa privar parcela mais vulnerável da população de benefícios que lhes eram assegurados”. Seria irresponsabilidade de nossa parte fazermos a crítica pela crítica, o que não é a nossa intenção. Agora, tirar uma fórmula da cartola na qual a corda arrebente no lado mais fraco, é inaceitável. Além do mais, essas medidas vão de encontro a tudo aquilo que sempre pregamos e, até certo ponto, conseguimos conquistar: a melhoria da distribuição de renda e a redução das desigualdades sociais. Penso que estamos diante de dois pesos e duas medidas, visto que nos últimos anos foram adotadas medidas de redução de IPI e desonerações empresariais, o que representou uma renúncia fiscal de R$ 200 bi, dinheiro que poderia ser investido em saúde, educação, habitação, segurança, estradas. Outra medida retirou R$ 78,7 bi do FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador). A minha consciência está, como sempre, sustentada em minhas convicções. Já apresentamos 47 emendas às MPs para defender os direitos trabalhistas e previdenciários, entre elas uma que propõe o fim do fator e outra o aumento para as aposentadorias e pensões. Simultaneamente será fundamental a mobilização das ruas. Senador Paulo Paim (PT/RS). redacao@jornalaplateia.com; redacao@folhadecaxias.com.br; jp@jornaldopovo.com.br; faleconosco@jornaldopovo.com.br; redacao@jornalminuano.com.br; contato@folhadomate.com.br; redacao@jornalibia.com.br; imprensa@informativodovale.com.br;