A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado debateu na manhã desta quinta-feira (7) a situação dos planos de previdência dos servidores públicos. Os maiores fundos de pensão estatais brasileiros fecharam o ano de 2014 com balanços negativos e a conta está sendo paga pelos trabalhadores que contribuem para eles. Os fundos de pensão da Caixa Econômica (Funcef) e dos Correios (Postalis) criaram neste ano planos para “equacionar o déficit”. Essas medidas incluem aporte de recursos pelas empresas e pagamento de contribuição extra pelos segurados, que chega a cortar metade do salário líquido de alguns deles. No debate a presidente da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão, Claudia Ricaldoni, defendeu que a fórmula para resolver o rombo dos fundos é melhorar a gestão, de forma compartilhada entre as estatais e os trabalhadores, além de investir em fiscalização. Ela disse ainda que o caso do Postalis, o mais grave, é uma exceção. — Tudo que não podia acontecer dentro do Postalis aconteceu, e não foi por acidente. O caso do Postalis pra mim, senadores, é caso de polícia. E não foi à toa que o órgão fiscalizador já encaminhou isso para o Ministério Público e para a Polícia Federal. Postalis é um caso à parte — avaliou. O presidente CDH, senador Paulo Paim (PT-RS) lembrou que o Senado vai instalar a CPI dos Fundos de Pensão. Mas que é preciso encontrar uma forma de recuperar os prejuízos sem prejudicar os trabalhadores que contribuíram para os fundos. — Ao pagar pelo rombo, vai perder-se o investimento de uma vida. Continuam em uma situação muito desagradável. Se houve alguma surpresa quanto à gravidade e à extensão do problema, o fato é que desde o final do ano passado sabia-se que a situação dos fundos era preocupante — disse o senador. Para Edson Dorta, da Federação dos Trabalhadores dos Correios, a má gestão e os desvios nos fundos vêm desde a ditadura. Ele culpou indicações políticas nas diretorias por isso. Dorta afirmou que o trabalhador precisa é de segurança quanto a seu futuro. — Nós acreditaríamos que isso fosse sério se a gente pudesse reaver esse dinheiro que foi roubado dos trabalhadores. Aí, sim. A solução pro trabalhador dos Correios é saber se a aposentadoria dele vai ser garantida ou se não vai ser garantida — disse. Também foram ouvidos representantes dos fundos de pensão do Banco do Brasil (Previ), da Petrobras (Petros), do Banrisul e do Estado do Tocantins. Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado) Audiência sobre os fundos de pensão Indicações políticas de diretores estão entre as causas dos problemas dos fundos, disse há pouco em debate na CDH Edson Dorta Silva, da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares. Segundo ele, “o dinheiro é roubado dos trabalhadores” desde a ditadura. - Representante da Previ no debate na CDH, Marcelo Coelho de Souza disse que a entidade tem gestão profissional. Como outros participantes da audiência pública, ele defendeu maior participação dos segurados como meio de melhorar a gestão dos fundos. Mais informações a seguir Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)