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16.Junho
Decisão do Palácio do Planalto pode levar senador Paulo Paim a deixar o Partido dos Trabalhadores

Senador filiado ao Partido dos Trabalhadores há 30 anos, o gaúcho Paulo Paim afirmou, no domingo à noite, que um eventual veto da presidente Dilma Rousseff ao fim do fator previdenciário pode contribuir para que ele deixe a legenda. Paim considera um \"equívoco\" se o governo rejeitar a fórmula 85/95 e admite que a derrubada do fator - luta que \"peleia\" há 14 anos -, o arrocho fiscal e a política econômica de Dilma podem deixá-lo sem alternativa a não ser sair do PT. \"Tudo acaba se movendo. Ou mudam as coisas, ou a gente\", disse ele, ao alegar \"constrangimento\" na forma de fazer política. Ele preferiu não ir ao Congresso do PT, realizado nos últimos dias em Salvador (BA), por entender que a situação atual lhe causa \"muito desconforto\" e não querer polemizar sobre esses temas no evento. O petista disse que, se o veto ocorrer, será a terceira vez que o fim do fator emperra. Primeiro, ele cita que o Senado aprovou a derrubada dessa fórmula em 2008, mas a iniciativa não prosperou na época na Câmara. Numa segunda oportunidade, o Congresso aprovou a proposta, mas o então governo Lula vetou-a, sob a alegação, disse Paim, de que o movimento sindical não toparia a fórmula 85/95. Agora, destacou, o sindicalismo aceita \"unanimemente\" a fórmula. \"Não adianta dizer que foi o Fernando Henrique Cardoso que criou o fator previdenciário, porque o governo que eu apoio o manteve\", criticou. \"É um erro histórico e está na cara que o Congresso vai derrubar o veto\", completou. Veto da presidente deve ser acompanhado de medida \'minimamente razoável\', diz Aécio Neves O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou que eventual veto da presidente Dilma Rousseff à proposta que acaba com o fator previdenciário deve ser acompanhada de alguma medida \"minimamente razoável\". \"Temos de aguardar a decisão da presidente. O que nós dizíamos na campanha eleitoral é que é preciso uma evolução em relação ao fator previdenciário que amenize a punição a setores importantes da sociedade brasileira, obviamente, em especial, os aposentados\", disse Aécio, candidato derrotado por Dilma nas eleições de outubro. O tucano, que convocou a imprensa para uma entrevista coletiva para falar sobre o assunto, disse que o Congresso tomou sua decisão e que a \"bola\" agora está com Dilma. Aécio foi questionado sobre a contradição no fato de o PSDB ter defendido no governo Fernando Henrique Cardoso a criação do fator previdenciário e hoje defender a sua mudança. Perguntado sobre o que teria mudado, ele respondeu que \"mudou muito\". \"O fator era extremamente necessário. Em um determinado momento, houve a aprovação pelo Congresso do fim do fator previdenciário. O presidente Lula vetou o fim do fator e estamos buscando alternativas. A proposta que vem da Câmara é uma alternativa ao fim do fator previdenciário\", disse. Aécio referiu-se à fórmula 85/95. Para o tucano, é preciso aguardar. Ele disse estar \"absolutamente tranquilo para votar alternativas que preservem o equilíbrio da Previdência, mas possam trazer algum alívio aos aposentados brasileiros\".