"Se os tambores não rufarem lá fora, não se ouve aqui dentro", afirmou ontem o senador Paulo Paim (PT-RS), ao comentar a manifestação de servidores públicos que, diante do Congresso, protestaram contra o projeto governamental de reforma da Previdência. – As vaias mostram o descontentamento da base com a reforma. Eu acho que a base está correta, ela tem que se manifestar. Esta Casa funciona de acordo com a mobilização, com a pressão – declarou o vice-presidente do Senado, pouco depois de o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, ser recebido pelo presidente do Senado, José Sarney. Tendo participado desse encontro, Paim considerou o saldo da manifestação "superpositivo". Para ele, foi uma marcha pacífica e tranqüila. O senador explicou que os trabalhadores não são contrários à reforma da Previdência, mas contra os termos em que está colocada. – Eles querem alterar o texto original e há espaço para isso – afirmou. Paim manifestou-se ainda feliz por entender que foi o PT que trouxe a mobilização para Brasília e estabeleceu, dentro do Legislativo, um processo de negociação.