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14.Agosto
Crise RS - JORNAL do COMÉRCIO – Edgar Lisboa

JORNAL do COMÉRCIO – Edgar Lisboa  Crise RS  A via crúcis do governador José Ivo Sartori (PMDB) em Brasília pode ter mais um capítulo no Palácio do Planalto. A bancada gaúcha está articulando uma reunião de Sartori e os parlamentares gaúchos com a presidente Dilma Rousseff (PT) para tratar da crise no Rio Grande do Sul. Sartori tinha agenda com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na quarta-feira, mas só se encontrou com ele às 20h30min, depois de duas tentativas e várias ameaças de deputados de convocar Levy a depor na Câmara dos Deputados.  Conta absurda A ideia de reunir a bancada gaúcha com Dilma veio do senador Paulo Paim (PT). Ele lembrou que a dívida inicialmente contratada pelo Rio Grande do Sul era de R$ 9,7 bilhões. Em razão dos juros e correções, os gaúchos já pagaram R$ 21,6 bilhões, mas ainda devem R$ 47,2 bilhões. \"Realmente, uma conta absurda, especialmente porque não estamos tratando de financiamento bancário, mas de empréstimo entre entes federados\", disse.  Pacto inexistente O senador Lasier Martins (PDT) afirmou que vários estados estão em situação crítica e que Brasília está pouco a pouco se tornando um \"planalto de lamúrias\". De acordo com ele, a crise no Rio Grande do Sul é resultado de políticas erradas do governo federal. \"O nosso sistema, o pacto federativo, não existe, não passa de uma ficção, apesar de a Constituição dizer que somos uma República federativa, composta de estados e municípios com autonomia administrativa. Isso é ilusório. Não há autonomia administrativa, porque não há recursos.\"  Dilma perdeu o timing A senadora Ana Amélia (PP) pediu \"um pouco de sensibilidade\" à presidente Dilma Rousseff diante da dívida dos estados. De acordo com ela, o governo federal passa pelas mesmas dificuldades enfrentadas pelos estados. \"Do ponto de vista do exemplo que o governo dá para a sociedade, é muito relevante. É pena que a presidente da República perdeu o chamado timing, a hora de fazer isso. Agora, quanto mais se agrava a crise, maiores dificuldades terá o governo de convencer a sociedade.\"  Culpa do Britto Os petistas na Câmara prometeram ajuda, mas lembraram que o bloqueio automático dos repasses era uma das cláusulas do contrato assinado entre o ex-governador Antonio Britto (PMDB) e o governo federal para o refinanciamento da dívida. \"O bloqueio de contas por não pagamento é automático e havia consciência disso. Mas vamos buscar soluções para o Rio Grande do Sul juntos\", disse Maria do Rosário (PT). No Estado, os petistas reclamaram que o governo demorou oito meses para procurar o ministro da Fazenda.