DESIGUALDADE Representantes da Rede Feminina de Saúde entregam a Paim documento sobre situação dos afro-descendentesO vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), recebeu ontem o dossiê "Assimetrias Raciais no Brasil: Alerta para a Elaboração de Políticas Públicas", elaborado pela Rede Feminista de Saúde, movimento de mulheres que reúne hoje 113 entidades brasileiras. O documento traça o retrato da situação dos afro-descendentes utilizando dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e das Pesquisas Nacionais de Amostra por Domicílios (PNADs) da década de 90 e do ano de 2001. Os dados do dossiê revelam que, em 2001, os afro-descendentes representavam 69,3% dos 10% mais pobres. No mesmo ano, o rendimento das famílias brancas era em média 2,3 vezes superior ao das famílias negras. Segundo a pesquisadora responsável pelo documento, Wania Sant"Anna, os números contidos no relatório devem municiar ativistas anti-racistas para atuar na exigência, no monitoramento e no controle das políticas de promoção da igualdade social. Paim disse que a dimensão racial da pobreza constitui o maior desafio para a implementação de políticas públicas. Ele ressaltou a importância do dossiê como instrumento que contribuirá para a discussão na Casa de um estatuto de igualdade racial e social. Paim mencionou ainda as iniciativas das cidades gaúchas de Porto Alegre e Canoas, que adotam sistema de cotas no serviço público municipal, para favorecer afro-descendentes. – São iniciativas como essas que permitirão a superação do grave quadro de desigualdades.