No exercício da presidência do Senado, o senador Paulo Paim (PT-RS) recebeu, sexta-feira, do Comando de Mobilização contra a Reforma da Previdência, uma carta contra a proposta do governo em tramitação no Congresso. "Entendo que o pleito é justo", afirmou Paim, prometendo que, no Legislativo, as 11 entidades que integram o comando terão todo o espaço necessário para discutir o teor da reforma. Paim disse entender a indignação dos servidores, entre outros pontos porque a reforma proposta acaba com a paridade de remuneração entre servidores ativos e inativos, não tem regra de transição, termina com o princípio da integralidade e pune os servidores aposentados, "muitos deles há nove anos sem reajuste". O fundo de pensão é muito perigoso na forma como está proposto disse o senador Paim, indagando quem pode garantir que os fundos de previdência complementar não vão quebrar depois de 30 anos, como aconteceu na França salientou. Paulo Paim informou ter recebido documentos de movimentos sindicais da França, Estados Unidos e Portugal, todos alertando sobre os riscos da reforma previdenciária em discussão no Brasil. Há enorme preocupação, e o que os servidores estão pedindo é mais do que justo e democrático. Eles querem espaço para discutir e achar outro caminho, para que se faça uma reforma previdenciária que garanta aposentadoria digna para o trabalhador da área pública e da área privada assinalou. Coordenador das Entidades de Servidores Federais, Vicente Neto afirmou ao senador Paim que "a proposta do governo federal foi surpreendente e a expectativa dos servidores públicos é que se freie a tramitação da reforma para que a sociedade possa discuti-la".