A Comissão de Direitos Humanos (CDH) realizará na quarta-feira (18), às 9h, audiência pública para analisar as denúncias de violência praticada por policiais militares, contra universitários e advogados, na cidade de Ouro Preto (MG). A iniciativa do presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT/RS) foi motivada após a comissão receber vários relatos de agressões. O caso mais recente ocorreu no sábado (31/10). Em uma residência particular, cerca de 30 pessoas – dentre universitários, crianças e pais - comemoravam 10 anos de formatura de alguns ex-alunos. Às 16 horas, um contingente de policias militares chegou ao local em cinco viaturas da PM, bloquearam a entrada da casa e, sem mandato, invadiram armados a residência tudo sob a justificativa de uma reclamação de barulho excessivo. A advogada de Brasília, Lyana Sant\\\'Anna, ex-integrante da Comissão de Direitos Sociais da OAB do Distrito Federal, uma das homenageadas na cerimônia, na tentativa de interceder, acabou sendo espancada, algemada e presa de forma que foram violadas as prerrogativas previstas em lei para advogados. Três outras pessoas também foram presas e agredidas e ficaram detidas na delegacia de polícia de Ouro Preto até às quatro horas da manhã do dia seguinte. Celulares que filmaram a ação policial foram confiscados e suas imagens apagadas pelos PMs. Solicitados, a Polícia se negou a fornecer cópias dos boletins de ocorrência. A divulgação desse caso na imprensa de Minas e nas redes sociais acendeu um debate intenso que trouxe à tona mais dois casos de advogadas assassinadas em Ouro Preto, sendo que em um deles, um policial militar da cidade está detido, suspeito de ser o autor do homicídio. O episódio de Ouro Preto provocou o secretário estadual de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, que pediu explicações às autoridades policiais, bem como a Ordem dos Advogados do Brasil seccionais de Minas Gerais e do Distrito Federal. Também a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados oficializou à Polícia Militar de Minas solicitação de informações. De pontos diversos do Brasil, tem chegado relatos de advogados registrando agressões semelhantes perpetradas pela PM de Ouro Preto, revelando um comportamento que fere a cidadania e que agora deverá ser apurado pela Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal. Para a audiência pública do Senado Federal foram convidadas as seguintes personalidades: Nilmário Miranda, secretário de Direitos Humanos do Estado de Minas Gerais. Comandante da PM de Ouro Preto Edvaldo Pereira - Promotor de Ouro Preto Dr. Wiliian Santos – presidente da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Seccional da OAB de Minas Gerais. Rodrigo Melo Franco de Almeida, advogado que denuncia violações contra advogadas. André Robine , presidente do DCE da UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto. Deputado Estadual PT Durval Angelo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa Lyana Romero Sant\\\'Anna advogada e ex-integrante da Comissão de Direitos Sociais da OAB Distrito Federal