Senador recebeu ontem grupo norte-americano de defesa dos direitos dos afro-descendentes O vice-presidente do Senado, Paulo Paim, anunciou que se esforçará para que o Congresso se engaje num amplo grupo de apoio a políticas afirmativas que aumentem a presença dos negros nas universidades, serviço público e empresas privadas. Ao receber representantes do Grupo de Afinidades sobre Ações Afirmativas, formado por advogados e ativistas norte-americanos, Paim disse que a implementação de políticas de igualdade racial no Brasil deve contar com a ajuda de pessoas, instituições ou empresas que se manifestam favoravelmente à causa nos tribunais. Em abril, a pedido dos advogados que defendem estudantes negros da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que implantou o sistema de cotas, Paim entregou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio parecer da Consultoria Jurídica do Senado que considera constitucional a política de cotas. Estamos 50 anos atrás dos Estados Unidos, mas temos avançado muito disse Paim, lembrando a aprovação no Senado do projeto do presidente da Casa, José Sarney, estabelecendo cotas para negros em universidades. O senador também citou como fatos positivos a nomeação pelo presidente Lula de um negro para o STF e de cinco ministros negros para o Executivo, além do aumento dos representantes da comunidade negra no Congresso. A diretora-executiva do Grupo Internacional de Advogados pelos Direitos Humanos, Gay Mcdougall, lembrou que os Estados Unidos não têm sequer um senador negro. Para a advogada, a educação é um fator essencial para obtenção da igualdade. O advogado John Payton disse que sem uma ampla base de apoio é difícil obter sucesso com causas relativas à políticas de igualdade racial. Também estiveram no encontro o advogado Humberto Adami Santos Jr. e a ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Frente O senador Paulo Paim participou ontem de café da manhã, no Salão Negro do Congresso Nacional, para o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial, integrada por 25 parlamentares. Ele disse que o movimento "vai ser fundamental para a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial". O senador Eurípedes Camargo (PT-DF), que também representou o Senado no lançamento, disse que a constituição da frente é "um sinal de maturidade".