\"Depois da votação do impeachment, não importa o lado que ganhar, o País ficará em atrito permanente.\" A frase, do senador gaúcho Paulo Paim (PT), mostra a pouca esperança com o futuro se o cenário de polarização se tornar permanente. Para evitar isso, ele apresentou uma proposta de emenda à Constituição para formar uma assembleia que discutirá apenas a reforma política. \"Enquanto todos discutem o impeachment, vejo que todos os males vêm da falta de uma reforma. Tudo começa no sistema político: as sacanagens das empreiteiras, as sacanagens da Petrobras.\" O senador, que conseguiu 56 assinaturas e um apoio ainda maior no Senado, quer que essa assembleia seja constituída pelo voto popular já nas eleições municipais de 2016. Seriam 128 constituintes, sendo que eles não poderiam ter mandato e condenações anteriores. Grande entendimento Uma assembleia poderia ser, na visão de Paulo Paim, o que o ex-senador gaúcho Pedro Simon (PMDB) apontou como a única saída para a crise: um grande entendimento. \"Se não houver um pacto de Moncloa (acordo que permitiu a reforma da economia espanhola em 1977), um chamamento geral, nós não temos saída. Tem que ser feito exatamente isso. Zerar o que está aí, que é uma irresponsabilidade\", disse Simon. Paim afirma que esse é o sentimento dos senadores. \"Todos eles acham interessante e veem como uma saída da polarização. Assim, daria para criar um grande entendimento.\"   JORNAL do COMÉRCIO – Edgar Lisboa