Na tentativa de
esclarecer a prisão do jornalista Matheus Chaparini enquanto realizava a
cobertura de uma ocupação de estudantes na Secretaria Estadual da Fazenda
(Sefaz), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul
(Sindjors) está dialogando com entidades que possam prestar apoio. Ontem, o
presidente do Sindjors, Milton Simas, se reuniu com o presidente da OAB/RS,
Ricardo Breier, quando pediu um posicionamento sobre a prisão arbitrária do
jornalista do Jornal JÁ.
Breier informou que o
caso será analisado pela Comissão de Direitos Humanos da OAB gaúcha, que
posteriormente se pronunciará. Em julho, será assinado um protocolo entre a
Ordem e a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) com o objetivo de garantir
a liberdade dos profissionais.
Chaparini foi preso no
dia 15 deste mês, quando estudantes ocuparam a Sefaz pedindo mais recursos para
a educação. A Brigada Militar retirou o grupo do prédio e o repórter, que fazia
a cobertura, foi preso junto com um cineasta independente e estudantes. Mesmo
tendo se identificado como jornalista, o que está registrado em vídeo, o
governo nega o fato. O repórter está em liberdade provisória, respondendo por
corrupção de menores, organização criminosa, esbulho possessório e dano
qualificado ao patrimônio público. Um ato de desagravo a Chaparini ocorreu na
noite de ontem na Faculdade de Comunicação Social da Pucrs, reunindo dezenas de
estudantes de Jornalismo, professores, profissionais e dirigentes da categoria,
que protestaram e definiram ações para reagir a práticas que desrespeitem os
profissionais. Já foi pedida audiência com o governador José Ivo Sartori.
O caso de Chaparini ainda repercutiu na sessão do Senado, ontem, sendo o tema de discurso do senador Paulo Paim (PT) na tribuna.
JORNAL do COMÉRCIO