Na manhã desta quarta-feira, 27 de julho, esteve em Erechim o senador Paulo Paim (PT) e o deputado estadual Altemir Tortelli (PT) para participar da Caravana da Agricultura Familiar em Defesa da Previdência Social no ginásio do Seminário de Nossa Senhora da Salete.
Paulo Paim é coordenador da Frente Parlamentar Mista da Previdência Social e o deputado estadual Altemir Tortelli, coordenador da Parlamentar Gaúcha em Defesa da Previdência Social Rural e Urbana. Ainda Cleonice Back coordenadora da Fetraf-RS e Douglas Cenci, coordenador do SUTRAF-AU, além de outras lideranças regionais.
Antes do evento, concederam uma coletiva de imprensa, em função das mudanças na Previdência Social proposta pelo governo de Michel Temer. Paulo Paim afirmou e reafirmou que a previdência social não é deficitária: “esse governo que entrou pela portas dos fundos está mexendo nos direitos do trabalhador. Agora é a previdência e depois será a CLT. É uma farsa o dizem sobre o déficit da previdência. Luto há mais de 30 anos pela previdência sempre num bom debate com os governos. Hoje estamos lutando para manter os direitos, vejam a que ponto chegamos”. Disse ainda que “uma das mentiras que o governo diz que não aumentará o tempo de serviço. Aumentará sim. As mulheres terão que trabalhar 47 anos. O problema hoje é que muitos não pagam nada e quem paga, paga muito”.
Para Cleonice Back, coordenadora da Fetraf –RS, se a nova lei da previdência for aprovada, teremos um forte êxodo rural: “70% dos alimentos produzidos no país são da agricultura familiar. Corremos o risco de um desabastecimento, caso foram mexidos nos direitos dos aposentados”.
O deputado estadual Altemir Tortelli afirmou que “direitos conquistados com muita luta ao longo de mais de 30 anos estão sendo tirados do trabalhador. É inaceitável, por exemplo, que o Ministério do Desenvolvimento Agrário que tanto contribuiu com a agricultura familiar com programas como o PRONAF, o PNAE, o PAA, Seguro Agrícola, entre outros, tenha sido extinto. Inadmissível também a extinção do Ministério da Previdência e a anunciada reforma da Previdência Social, que pretende, entre outras medidas, acabar com a aposentadoria especial para os trabalhadores rurais; aumentar a idade mínima de aposentadoria (65 anos para homens e mulheres); igualar o tempo de aposentadoria para homens e mulheres e desvincular o Piso Previdenciário do salário-mínimo”
Douglas Cenci, coordenador do SUTRAF-AU, relatou que hoje no Alto Uruguai são 65 mil aposentados e destes, 50% são agricultores familiares: “esses recursos são fundamentais para estas pessoas terem uma vida mais digna e movimenta o comércio da cidades”.
Após a coletiva iniciou o evento. Na abertura foi feito um resgate das lutas e conquistas dos trabalhadores desde 1963 até os dias atuais, com varais e tijolos, numa encenação, culminando neste ano de 2016, onde, segundo os organizadores da Caravana, o governo começa gradativamente retirar os direitos dos trabalhadores.
A Caravana segue hoje em Erechim. Está programada uma caminhada até a sede n INSS no centro de Erechim. Amanhã e sexta, estarão em Sarandi e Passo Fundo respectivamente.
Hoje no Alto Uruguai, a Previdência Social paga em torno de 70 milhões por mês. Em Erechim, a maior cidade da região são mais de R$ 30 milhões, maior que o orçamento do município.
Por Rodrigo Finardi/JBV Online