O senador Paulo Paim e o deputado estadual do RS Altemir Tortelli acompanharam a Caravana da Agricultura Familiar em Defesa da Previdência Social, em Erechim
Na manhã desta quarta-feira, 27, o senador, Paulo Paim e o deputado estadual do RS, Altemir Tortelli acompanharam a Caravana da Agricultura Familiar em Defesa da Previdência Social, em Erechim. Durante esta semana será feito um conjunto de ações para se debater temas como a reforma da Previdência Social, como a alteração da idade mínima para a aposentadoria, a desvinculação do aumento do salário mínimo com a Previdência Social e a forma de contribuição dos agricultores.
Segundo a coordenadora da Fetraf-RS, Cleonice Back, hoje a autonomia de muitas mulheres rurais só chega com a aposentadoria. “Ontem nós tivemos na cidade de Três Passos e hoje a Caravana da Agricultura Familiar chega à Erechim e que acontece em defesa da agricultura familiar. Quando os projetos forem para a câmara federal e o senado nós estaremos fazendo muitas mobilizações em defesa dos direitos dos agricultores e defendendo a previdência social. Hoje a autonomia de muitas mulheres rurais só chega com a aposentadoria. Quando se discute essa possível mudança na previdência, as jovens mulheres que estão no campo já se perguntam se realmente continuará valendo apena continuar no campo. É preciso valorizar a agricultura familiar, pois são eles que produzem o nosso alimento. Cerca de 70% dos alimentos que fazem parte da mesa dos brasileiros é produzido pela agricultura familiar”, explica a coordenadora.
Reforma da Previdência
O Senador Paulo Paim,também coordenador da Frente Parlamentar Mista da Previdência Social falou sobre a reforma da previdência.” Eu trabalho com esse tema da Previdência a mais de 30 anos e vejo que o RS está dando um exemplo e está desmistificação a farsa que eu chamo do déficit da previdência. A previdência brasileira nunca foi deficitária, mesmo como na crise atual o superavit é de 50 bilhões por ano e a previdência está dentro da seguridade. Ali está a assistência, a previdência e saúde. Durante toda minha vida enfrentei este debate com os governos e sempre pela IMG_3464busca do reajuste do aposentado e agora estou fazendo um debate para manter a previdência. Uma luta de um século dos trabalhadores do campo e da cidade e agora o governo atual, provisório, acabou com o ministério da previdência e o transformou um um puxadinho da Fazenda. Esta questão da idade mínima significara para a mulher trabalhadora que começa a trabalhar com 18 anos, que ela terá que contribuir 47 anos, pois a idade mínima ela terá 65 anos. O deficit da aposentadoria não existe. Já provoquei inúmeras vezes auditoria, mas os números que temos é da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfipe). Se fizesse a cobrança devida adequada, não mudando a legislação toda a hora,nós iríamos arrecadar R$ 500 bilhões a mais de um ano. É só fazer todo mundo pagar o que precisa. O grande problema é que existem aqueles que não pagam e quem paga, paga muito”, disse o senador.
Migração do trabalhador do campo para a cidade
Já o deputado estadual Altemir Tortelli, também coordenador da Parlamentar Gaúcha em Defesa da Previdência Social Rural e Urbana, ressaltou a importância das ações de mobilização pela Previdência Social. “Só no ano passado foi dado como anistia R$142 bilhões, valor esse que iria para a previdência. Nós estamos tratando de um déficit de R$70 bilhões segundo o governo para esse ano. Modificar na previdência hoje significa mais rapidamente esvaziamento no meio rural. Muitas e muitas famílias, homem e mulher, estão com a perspectiva de se aposentar no campo e que buscam uma vida um pouco melhor. Se essa mudança acontecer eles deixaram o meio rural, virão para a cidade e com todo o desemprego que temos hoje isto será uma catástrofe”, ressaltou o deputado.
O coordenador do Sindicato Unificado dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Alto Uruguai (Sutraf-AU) , Douglas Cenci, finalizou falando sobre a importância da previdência para o Alto Uruguai. “A previdência é muito importante para o Alto Uruguai. Para se ter ideia, são cerca de 65 mil aposentados e praticamente metade destes são agricultores e que contam com esse salário para garantir os alimentos, roupas, uma saúde mínima e que tem dado uma condição de também buscar a sua diversão no final de semana, já que essas pessoas merecem e também não tem mais condições de trabalhar. A auto estima do agricultor melhorou muito com a ajuda deste valor . Nós agricultores estamos preocupados sim com essa possibilidade de mudança na aposentadoria,esta é a segunda caravana, sempre mobilizados nas ruas, desde a conquista a aposentadoria para o agricultor e para a mulher do campo também e agora não será diferente”, finalizou.
A Caravana está passando em diversas cidades do Estado e segue nesta quinta-feira, 28, para Sarandi e encerra na sexta, 29, em Passo Fundo. Nesta tarde a Caravana da Agricultura Familiar em Defesa da Previdência Social também realizou uma caminhada até a frente da agência do INSS em Erechim, onde foi realizada uma mobilização.
Fonte: atmosferaonline.com.br