Paim afirmou que o governo interino de Michel Temer quer implementar medidas que nem os governos militares tomaram contra os trabalhadores. “Não tem cabimento esta reforma que eles estão propondo. Não vamos admitir nenhum direito a menos aos trabalhadores. A Previdência é nossa”, garantiu ele.

O senador rechaçou a que a Previdência está falida e que é preciso retirar direitos dos trabalhadores para recuperar a economia do país. “Isso é uma farsa”, destacou. Para Paim, “se cobrassem os que mais devem à União, teríamos cerca de R$ 1,5 trilhão em recursos. Em 2014, a sonegação no Brasil chegou a R$ 500 bilhões e, somente no primeiro semestre de 2015, atingiu R$ 258 bilhões”, apontou.

De acordo com Paim, a desvinculação aumento do salário mínimo é outro ataque que atinge diretamente o trabalhador. “Eu estava entre aqueles que fizeram greve de fome para o salário mínimo chegar num patamar equivalente a 100 dólares. Hoje, o nosso salário vale quase 400 dólares devido a política de valorização desenvolvida nos governos Lula e Dilma e agora esse governo quer que volte a ser 60 dólares”, declarou.

Unidade dos trabalhadores

“Voltem para as suas bases e contem para os seus colegas, que mais que uma semana de trabalho ou meia dúzia de pés de milho plantados o que está em jogo é o futuro dos trabalhadores”, apelou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

Para Claudir, é necessário que trabalhadores do campo e da cidade se mobilizem em torno da realização de uma greve geral contra o desmonte da Previdência e a retirada de direitos dos trabalhadores.

Já a coordenadora da Fetraf-RS e secretária de Política Social da CUT-RS, Cleonice Back, fez um alerta para as mulheres trabalhadoras rurais, afirmando que pela reforma em curso do governo Temer terão que trabalhar dez anos a mais. “E daqui a cinco anos mulheres e homens do campo estarão ganhando meio salário mínimo pela desvinculação dos reajustes das aposentadorias”, denunciou a dirigente sindical.

Ato público

Após a atividade, na parte da tarde, dirigentes dos Sindisaúdes de Passo Fundo e de Cruz Alta realizaram uma passeata pelas principais ruas da cidade, entre as imediações da Câmara Municipal até o prédio da Previdência Social, onde aconteceu um ato público com centenas de trabalhadores.

Os deputados federais Elvino Bohn Gass (PT) e Maria do Rosário (PT), o deputados estadual Altemir Tortelli (PT), o presidente da Frente Parlamentar a favor da Previdência no RS e deputado Juliano Roso (PCdoB), a secretária estadual de mulheres da CTB-RS, Lenir Fanton. e o representante da CSP-Conlutas, Setembrino Dal Bosco, também participaram da audiência.

Fonte: CUT-RS com informações do Sindisaúde de Passo Fundo