“As reformas
trabalhista e previdenciária do governo interino só visam atacar os direitos
históricos do povo brasileiro. Não permitiremos essa afronta. Elas não passarão”.
A frase do senador Paulo Paim (PT/RS) foi dita ao ministro do Trabalho, Ronaldo
Nogueira, durante audiência pública nesta terça-feira, 2, no Senado Federal.
— Eu sempre digo que
para defender trabalhador não tem arena. Pode ser arena de leão, de
gladiadores, eu estarei lá. Se estão discutindo um projeto de terceirização e
do trabalho escravo, converse com o relator das matérias, que sou eu. Estou com
os relatórios prontos, percorri todos os estados da federação e ouvi as pessoas
sobre esses assuntos. Os meus relatórios foram baseados na voz das ruas. Agora,
tenhamos responsabilidade, não queiram fazer truculência com o Congresso
Nacional através de envios de novos projetos sobre esses temas — argumentou.
Já o ministro do
Trabalho, Ronaldo Nogueira, disse que nenhum direito dos trabalhadores será
retirado na reforma trabalhista que o governo interino vai propor. Ele defendeu
uma atualização da legislação trabalhista para dar segurança jurídica aos
trabalhadores do país.
— Não há nenhuma
hipótese de nenhum direito do trabalhador ser subtraído. Não há nenhuma
hipótese de parcelamento de décimo terceiro; não há nenhuma hipótese de
fatiamento de férias; não há nenhuma hipótese do fundo de garantia do
trabalhador ou abono que ele tenha direito, que sejam revogados. Isso não vai
acontecer. O trabalhador terá a garantia de que seus direitos serão preservados
— destacou.
Paim rebateu alegando
que a população vai cobrar o posicionamento do ministro “Os trabalhadores são que
nem São Tomé, só acreditam vendo. Fique certo que o povo vai cobrar seus
direitos”.
Ele ressaltou ainda que o negociado sobre o
legislado é a verdadeira hemorragia do sistema trabalhista, pois enterra os
princípios do direito do trabalho. “Então não vai ter lei para mais nada, nem no
campo, nem na cidade? Se para o
trabalhador não vale a lei, porque que tem que valer para outros setores da
sociedade? É disso que se trata o negociado sobre legislado. Para os
empresários o certo é comer com uma mão e trabalhar com a outra. Isso não sou
eu que estou falando, foram dirigentes da CNI e Fiesp”, alertou.