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09.Agosto
Paim: A democracia está sendo atingida por um grande golpe

Para o senador Paulo Paim (PT/RS) o impeachment é uma questão covardemente política, usada como um Cavalo de Troia na batalha de ambições individuais, partidárias e oligárquicas. Por essa razão, ele foi contra a admissibilidade do afastamento da presidente Dilma Rousseff em sessão do Senado Federal nesta terça-feira, 9.
Em discurso no Plenário, o senador ressaltou que a cada semana aparecem denúncias envolvendo os ministros do governo interino. A mais recente constatou propina da Odebrecht para o Ministro de Relações Exteriores, o Ministro Chefe da Casa Civil e o próprio presidente interino no valor de R$ 37 milhões.
— Se a presidenta for afastada estaremos blindando quem recebeu a propina e caçando uma presidenta por pedaladas e decretos, utilizados por presidentes anteriores, governadores e prefeitos. E todos vocês sabem que ela é inocente — afirmou. 
Ele mencionou ainda que os consultores do Senado e o Ministério Público Federal afirmaram que os atos da presidente Dilma não são crimes. Segundo Paim, a opinião pública mundial está de olho no Brasil, vários jornais estrangeiros como The New York Times, The Guardian, Los Angeles Times e El País também já criticaram o processo de impeachment em curso no país. 
— A destituição de um presidente é comparada à uma pena de morte. Por tudo isso que sou contra a pena de morte, pois quando se faz uma injustiça e um inocente morre devido a pena de morte não há mais volta. Mas vamos reverter essa situação pois a presidente Dilma está viva — destacou.
Paim também alertou os ataques que o governo interino está cometendo contra os direitos sociais trabalhistas do povo brasileiro através de decretos e medidas provisórias. Em apenas três meses, Temer editou 66 decretos e 18 medidas provisórias. 
— Estamos presenciando um momento dramático no país, com a “MP da Morte” que ataca a aposentadoria por invalidez e o auxílio-doença. Já acabaram com o Ministério da Previdência e estão propondo acabar com a Justiça do Trabalho. Cogitaram até mesmo a possibilidade de 80 horas semanais, com míseros 15 minutos de almoço para o trabalhador. Essa é a política que está por trás do governo interino — criticou.