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A “Mensagem aos Senadores e ao Povo Brasileiro”, divulgada pela Presidente Dilma Rousseff nesta semana, é interpretada pelo Senador Paulo Paim (PT-RS) como um documento em que ela demonstra absoluta serenidade. Na Carta, Dilma admite erros e pede justiça em seu julgamento pelo Senado.
“A Carta revela uma presidente totalmente tranquila e convicta de não ter cometido crime algum de responsabilidade. Se esta Carta vai ter o poder de convencer senadores ainda indecisos em relação ao seu julgamento, eu não posso dizer. No entanto, o que consigo visualizar é uma presidente serena e consciente de como deve se portar dentro de um ambiente democrático” –comenta o Senador Paulo Paim, com exclusividade para a Sputnik Brasil.
O senador petista ainda não considera definida a situação de Dilma Rousseff perante o Senado Federal:
“Nós aprendemos que tanto na política como no futebol tudo pode acontecer até o último minuto do jogo. Então, é totalmente prematuro antecipar qualquer opinião sobre o desfecho do seu julgamento.”
Em relação à decisão de Dilma Rousseff de comparecer pessoalmente ao Senado para se defender, decisão anunciada nesta quarta-feira (17), Paulo Paim afirma tratar-se de uma atitude sensata:
“A presidente e os senadores sabem que ela não cometeu Crime de Responsabilidade e que as acusações que pesam contra ela são totalmente improcedentes e sem fundamento. Então, o fato de a presidente decidir comparecer pessoalmente diante dos senadores, inclusive de seus ex-ministros que votaram pela admissibilidade do processo de impeachment, mostra o quanto ela está serena, convicta e tranquila no que diz respeito à correção de suas atitudes.”
O julgamento do processo de impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal terá início na próxima quinta-feira, 25. Na quinta, na sexta (26) e no sábado (27), serão ouvidas duas testemunhas de acusação e seis de defesa. Na segunda, 29, será a vez de a própria Dilma falar aos senadores. A presidente terá 30 minutos para expor as razões de se considerar inocente e poderá ser questionada pelos senadores.
A previsão do Ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal e condutor do processo de impeachment, é de que a votação, em painel eletrônico, seja realizada até a terça-feira, 30. Se 54 dos 81 senadores votarem pela condenação de Dilma Rousseff, ela será definitivamente afastada do cargo e se tornará inelegível por 8 anos. Se esse número mínimo não for atingido ou se prevalecer a tese de sua absolvição, Dilma recuperará o cargo e será imediatamente reconduzida à Presidência da República.
Quanto ao presidente interino Michel Temer, sua agenda prevê que na semana decisiva do julgamento do processo de impeachment ele embarque para a China, onde deverá participar da reunião do G20 em Xangai, nos dias 4 e 5 de setembro.