Questionado pelo senador Paulo Paim (PT/RS) se a presidenta Dilma Rousseff é honesta, o procurador, Júlio Marcelo de Oliveira, principal informante de acusação, respondeu: “A avaliação que eu faço como membro do Ministério Público de Contas, enfrentando uma questão fiscal, é que a presidente cometeu ilícitos graves na gestão fiscal. E a minha avaliação se limita a esse campo”.
Na sua réplica, Paulo Paim completou. “É importante ouvir de Vossa Excelência que a presidenta Dilma não é desonesta. Até porque se ela fosse desonesta eu teria que chamar aqui os governadores de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Amazonas, entre outros que fizeram esses mesmos procedimentos. Eu teria que dizer que eles são desonestos e teriam que sofrer o impeachment, mas não direi”.
O presidente do STF, Ricardo Lewandowiski indagou a Júlio Marcelo se ele via alguma semelhança entre o caso dos governadores e a situação da presidente Dilma, levantados pelo senador Paulo Paim.
“A presidente não teve suas contas rejeitadas ou com parecer pela rejeição pelo Tribunal de Contas, nem está sofrendo uma acusação em virtude do desiquilíbrio fiscal da União”, respondeu o procurador.
Júlio de Oliveira, principal testemunha de acusação é ouvida apenas como informante, após dispensa pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowiski.
A decisão se deu pelo fato do procurador ter emitido opiniões sobre as acusações contra Dilma mesmo sendo membro do Ministério Público junto ao TCU, o que é vedado pelos Códigos de Processos Penal e Civil.