Com o auditório do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves lotado, o senador Paulo Paim (PT/RS) presidiu nesta sexta-feira, 23, audiência pública contra a reforma trabalhista e previdenciária.
Paim lembrou que a população está cada vez mais assustada com os ataques aos seus direitos básicos. Segundo ele, apenas a mobilização pode barrar a agenda de retirada de direitos.
— A população já está percebendo que os ataques serão catastróficos. Doze horas diárias não traz benefícios ao trabalhador, pois aumentando a carga horária, reduz o número de empregos. O ideal é turno de seis horas para todos, onde dobra o número de empregos. Aumentando cada vez mais as mobilizações, com certeza o Governo vai recuar, como já recuou outras vezes — disse.
O senador também criticou as propostas de flexibilização das leis trabalhistas, alegando que flexibilizar o que foi conquistado não é sinônimo de modernização e muito menos de crescimento econômico.
— A legislação trabalhista é uma conquista e um avanço. Sempre que há um período de queda na economia, surgem tentativas de retirar direitos trabalhistas e sociais, com a tese de que a CLT seria ultrapassada. Estamos presenciando apenas o início do precipício, a situação tende a piorar em muito. É inaceitável! — argumentou.
Participaram da audiência pública a Federação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, a União Geral dos Trabalhadores e a Central Única dos Trabalhadores.
No Rio Grande do Sul, já foram realizadas audiências nas cidades de Porto Alegre, Erechim, Passo Fundo, Santa Maria, Sapiranga, Pelotas e Santa Rosa. Além disso, os debates também ocorreram em Santa Catarina, Alagoas, Espírito Santo, Goiás e São Paulo.
Fotos: Lutiana Mott