Na audiência pública desta terça-feira, 18, na Comissão de Direitos Humanos do Senado (CDH), sindicalistas e parlamentares saíram em defesa das empresas públicas frente às propostas de privatizações, sucateamentos e o fim das contratações por parte do governo federal.
Os convidados alertaram sobre possível desmonte dos bancos públicos e privatizações da Petrobrás, Correios, Infraero e empresas do setor elétrico, o que ocasionaria em aumento do desemprego e na piora nos serviços públicos.
O presidente da Federação das Associações dos Empregados da Caixa, Jair Ferreira, criticou a proposta de fusão entre o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Segundo ele, a fusão prejudicaria o atendimento dos programas sociais e o desenvolvimento das pequenas empresas.
— O que estamos vendo hoje é um desmonte das políticas públicas. Quando defendemos essas empresas é porque sabemos o que elas representam para a sociedade brasileira e para o trabalhador. Mas quem defende o trabalhador, o emprego? Se não tiver emprego para a sociedade e desenvolvimento econômico, a tendência é o encolhimento e o empobrecimento. E não é esse o papel do Estado e das empresas públicas — criticou.
Presidente do colegiado, o senador Paulo Paim se diz alarmado com os constantes ataques à classe trabalhadora.
— Estou aqui há 30 anos, fui constituinte e nunca vi tanta covardia contra a nossa gente. Só para exemplificar, aqui no Congresso temos o projeto de regulamentação do trabalho escravo, da terceirização e do negociado sobre o legislado, além da PEC 241 e das propostas de reformas previdenciária e trabalhista. O povo brasileiro precisa acordar para essa triste realidade — ressaltou.
Se é público é para todos
Durante a audiência foi lançada a Campanha “Se é público é para todos” em defesa das empresas e serviços públicos. Maria Rita Serrano, coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, afirmou que “as empresas públicas servem à sociedade de modo geral, mas atendem principalmente as camadas da população que precisam de políticas públicas, que precisam do Estado”.
A iniciativa foi elogiada por parlamentares, sindicalistas, intelectuais e servidores presentes no debate. A deputada Erika Kokay foi uma das que exaltou a campanha. “Se é público é para todos. E este Brasil tem que ser para todos e não apenas para aqueles que sempre se locupletaram da riqueza desta nação em detrimento do povo brasileiro”.