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10.Novembro
PEC 55, terceirização e reforma da Previdência são duramente criticadas em debate na Câmara Legislativa do DF

O plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal foi palco de uma grande mobilização contra a retirada de direitos sociais e trabalhistas, na manhã desta quinta-feira, 10.

Principais alvos das críticas foram a Proposta de Emenda à Constituição 55/2016, que limita os gastos públicos por 20 anos e a reforma da Previdência, que será enviada pelo Governo Federal ainda este ano. O senador Paulo Paim, um dos organizadores do debate, juntamente com o deputado Chico Vigilante, refutou veementemente a aprovação das medidas.

– Já não basta essa PEC da Morte, que esculhamba com os direitos da nossa gente, ainda teremos a reforma da Previdência. O governo quer aprovar a reforma no início de 2017. Essa reforma vai aumentar a idade mínima para aposentadoria para 65 anos, determinando que o valor base da aposentadoria ou pensão seja reduzido para a metade – advertiu o senador.

Terceirização

A votação da terceirização, que está na pauta do Supremo Tribunal Federal e em curso no Congresso Nacional, também foi alvo de questionamento pelos palestrastes e convidados. O desembargador do Tribunal Regional do Trabalho, Grijalbo Fernandes Coutinho, lembrou que se a Súmula 331 for aprovada no STF, o país viverá o caos nas relações do trabalho.

– Só queria que quem está com o poder de aprovar a terceirização, sejam ministros, parlamentares ou desembargadores, tivessem a coragem de deixar seus entes queridos trabalharem como terceirizados. Eles não teriam coragem. Os terceirizados são vítimas todos os dias de acidentes, muitos deles fatais. Em nenhum lugar do mundo a terceirização gera condições dignas de trabalho – argumentou Coutinho.

Quanto a votação da terceirização no Supremo, pautada para a próxima sessão, dia 16, o senador Paim conclama que os ministros não aprovem a terceirização da atividade-fim.

– Ampliar a terceirização seria um retrocesso. Os trabalhadores terceirizados ficarão ainda mais fragilizados. Felizmente a Súmula 331 não foi colocada em pauta na última sessão. E espero que os ministros deixem o Congresso decidir sobre o tema. O meu relatório está pronto, estamos debatendo a terceirização desde 2015 – afirmou Paim.

A audiência pública também contou com a participação da deputada federal Eryka Kokay; do presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, Vilson Romero; do presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo do TCDF, Jeizon Allen Silveiro Lopes; do coordenador da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, Adilson Santana de Carvalho; do diretor de Assuntos da associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho, Luiz Antonio Colussi; da representante da OAB, Thais Riedell e do ex-ministro Ricardo Berzoini.

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