O senador Paulo Paim voltou a denunciar a exclusão dos artistas e produtores negros em todo o país. Para ele, ainda é muito reduzida a participação dos afro-brasileiros nos recursos orçamentários disponíveis para a área cultural, o que vem prejudicando, conforme observou, a própria herança cultural da raça negra.– Precisamos de mais filmes, mais peças, mais anúncios que não só abordem a temática racial, mas que dêem oportunidade aos talentos e vocações negras – disse Paulo Paim, para quem o atual quadro somente irá melhorar com a aprovação, pelo Congresso Nacional, do Estatuto da Igualdade Racial, que, entre outras medidas, va-loriza a cultura negra.Paulo Paim destacou ainda um outro ponto no estatuto que considera vital: as peças publicitárias destinadas à veiculação nas emissoras de televisão e em salas de cinema deverão apresentar imagens de pessoas afro-brasileiras numa proporção não inferior a 20% do número total de atores e figurantes.O senador disse que a questão não se resume apenas à veiculação da imagem do negro. Para ele, os negros querem que os serviços de consultoria, a produção e a realização de qualquer tipo de obra cultural sejam também momentos para a prática de iguais oportunidades de emprego.