Na tarde desta quinta-feira (01), o senador Paulo Paim (PT-RS) se reuniu com mais de 50 representantes das Frentes Parlamentares na Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa (CDH) para intensificar as ações de pressão junto aos senadores contra as reformas trabalhista e previdenciária.
O senador Paim levantou os seis pontos que foram vetados no relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e questionou “Por que o Senado não faz essas alterações?”. Para Paim, o momento é de “barrar essas propostas absurdas” e modificar a matéria.
“O negociado sobre o legislado é a maior covardia com os trabalhadores. Como aplicar essa regra em um país como o nosso que ainda existe trabalho escravo? Se a Lei não vale para o trabalhador, não vale mais para ninguém”, declarou Paim.
Para Clóvis Sherer, Coordenador Adjunto de Relações Institucionais do DIEESE, essas reformas excluirão da sociedade e do sistema econômico milhares de brasileiros que ficarão totalmente desamparados pela Lei. “O governo ainda não mostrou o verdadeiro impacto social que essas reformas acarretarão na vida dos brasileiros. É preciso questionar como ficará a proteção desses trabalhadores mais vulneráveis. Estamos vivendo um quadro bastante cinza que coloca o Congresso no estado de alerta”, argumentou Sherer.
De acordo com Luiz Carlos Prates, membro da Secretaria Executiva Nacional da Central Sindical e Popular (Conlutas), o negociado sobre o legislado é um dos pontos mais críticos da reforma trabalhista. “Ao tirar o poder de negociação dos trabalhadores e dos sindicatos, assim como o direito de greve podendo haver demissão em massa sem negociação, os trabalhadores ficarão totalmente à mercê dos empregados”, afirmou.
Segundo Prates, o momento é ideal para mobilização do povo nas ruas. “Devemos ampliar cada vez mais a paralização e fazer uma greve geral de 48 horas”, defende.
Graça Costa, secretária de Relações do Trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT) ressaltou a importância da CPI da Previdência para esclarecer a população e trazer à tona os números reais da Previdência Social. “A CPI tem um papel fundamental para não deixar que essas reformas sejam aprovadas. Eles querem fazer o povo de bobo, mas nós não somos bobos”, disse Costa.
Também estiveram na reunião, o deputado federal Adelmo Carneiro Leão (PT-MG); Paulo Ferrari, representante da Força Sindical; e representantes de diversas centrais sindicais como: ANFIP, SINTEL/DF, Sindicato dos Bancários/DF, Fasubra, CNTEEC, CNSERVIÇOS, OAB/DF, CNTT, CONTAG, FENAJ, FENAFISCO, COBAP, ASFOC/SN, ALAL/FISENGE, MPT, CNTC, SINAL, CNTS e ANPT.