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05.Junho
CPI da Previdência: Procuradores e juízes cobram transparência do Governo

O Presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Jayme Martins de Oliveira, ponderou, na audiência pública, nesta segunda-feira (05), a necessidade de uma revisão das contas públicas por parte do Governo Federal e pediu mais transparência com os números.  

 

“Primeiro, o Governo colocou a Reforma como se fosse fundamental para a sua sobrevivência econômica, e não é verdade. Se vocês olharem pelo menos o que diz respeito ao déficit urbano, nós vivenciamos sete anos de superávit, mais de R$100 bilhões de superávit, para agora um déficit em 2016 em torno de R$100 bilhões, no total, entre o urbano e o rural”, pontuou. Oliveira completa que é necessário rever os pontos em relação à previdência no campo. “O grande nó da questão está no rural em relação ao regime geral, pois não tem arrecadação que gira em torno de 8 bilhões com renúncia fiscal de 7 bilhões e cerca de 100 bilhões somente no âmbito fiscal. A questão da aposentadoria rural precisa ser enfrentada, conhecendo melhor os números que o Governo tem para apresentar”, disse.

 

Para Oliveira, os dados apresentam as desvinculações de receitas. Na visão do juiz, em 2016, o superávit foi superior a 56% e os benefícios tiveram um aumento de 6% e a receita uma queda de 6%. “Para chegar em 56% mais ou menos, que foi o déficit apresentado, só mesmo considerando a desvinculação das receitas. Ouvi um professor da FGV dizendo: ‘Não, não adianta argumentar com as desvinculações, porque no final das contas o Governo é que vai sempre ter que pagar. E isso é de uma maldade, porque o Governo faz a desvinculação para apresentar o déficit”, disse.

 

O Presidente da Associação Nacional dos Procuradores e Advogados Públicos Federais (Amprev), Antônio Rodrigues da Silva, recomendou alguns pontos para  a comissão: O fim das desonerações das contribuições previdenciárias sobre a folha de pagamento das empresas, a revisão  isenções previdenciárias para entidades filantrópicas, alienação de imóveis da previdência, patrimônios em desuso e o fim da uso da DRU (Desvinculação das Receitas da União).