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11.Julho
Uma parte de mim hoje está morrendo, pois essa parte que se vai, se funde às vidas que serão ceifadas com esta reforma, lamenta Paim

Um dia histórico no Senado. Luzes apagadas, microfones desligados e sessão de votação da reforma trabalhista (PLC 38/2017) suspensa. A votação que estava prevista para iniciar às 11h, foi interrompida, depois da ocupação da mesa da presidência pelas senadoras Vanessa Grazziotin, (PCdoB-AM), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Lídice da Mata (PSB-BA), que protestaram contra a reforma trabalhista, por mais de seis horas.
 
Com 50 votos a favor, 26 contra e uma abstenção, a proposta foi aprovada no Senado Federal nesta terça-feira (11), e vai para a sanção presidencial. 

Durante todo o dia, senadores tentaram fazer acordo com o presidente Eunício Oliveira (PMDB-CE) para que os destaques fossem votados. O senador Paulo Paim (PT-RS) foi um dos senadores a insistir no acordo. 

"A barbárie não pode vencer a esperança e a vida. A reforma trabalhista é um dos maiores crimes contra o povo brasileiro”, disse Paim que lutou contra a reforma trabalhista em vigília cívica iniciada na noite de segunda-feira (10), na Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa (CDH), com mais de 50 representantes de centrais sindicais e sociais. 

Em aparte, na sessão do Plenário, Paim criticou a possibilidade de grávidas trabalharem em condições insalubres.

“Será que algum deputado ou senador que apoia essa reforma aceitaria que sua esposa, filha, tia, parente ou amiga trabalhasse grávida em condições insalubres?”, perguntou, acrescentando que até mesmo os relatores indicados pelo governo propõem mudanças no texto, sugerindo vetos ao presidente da República.

Os três destaques apresentados para votação foram rejeitados. Um deles é o que trata do trabalho intermitente, de autoria do senador Paim, onde o trabalhador recebe por hora trabalhada. Outro destaque é o da gestante e lactante, que permite que a mulher grávida e amamentando trabalhe em local insalubre. E ainda tem o negociado acima do legislado, quando a negociação trabalhista está acima da legislação.  

Além dos destaques, Paim lembrou também que 864 emendas apresentadas ao texto que veio da Câmara, foram rejeitadas. 

“O Brasil está sangrando, não podemos ser omissos... somos senadores da República. Não podemos ser Judas e nem Pôncio Pilatos. Que o Senado volte a ser sujeito da história do nosso país. O Senado não pode se apequenar”, lamenta Paim.