Criadores de gado começam a deixar o campo, assustados com a violência dos ladrões de gado. Uma matéria especial do Fantástico, da TV Globo, neste domingo, deixou autoridades e lideranças do setor em alerta. O problema se acentua quando pequenos criadores abandonam tudo e migram para a cidade com suas famílias, agravando ainda mais o já difícil controle do êxodo rural. Pequenos produtores levam suas famílias para as cidades, fugindo do trauma que enfrentam.
Mais rigor na punição
O senador gaúcho Paulo Paim (PT, foto) defende penas mais rigorosas para os ladrões de gado. Ele argumenta que, "no Rio Grande do Sul, a cada hora, acontece um roubo de gado. Em todo o Brasil, os números são alarmantes, com fazendeiros tentando organizar a própria segurança e de suas propriedades para combater o abigeato e diminuir o prejuízo". Na avaliação de Paim, "os ladrões não medem consequências, atemorizam os cidadãos com ameaças e matança de animais que são abandonados no campo após serem 'carneados'. As quadrilhas de abigeatários, são organizadas com bandidos, bem equipados, que roubam e matam animais em condições cruéis. O crime também é uma ameaça à saúde pública", acentua o senador. E o pior: "quadrilhas vendem a carne em açougues, sem nenhum controle".
Abas largas da Brigada
Paulo Paim lembra que, "desde que me conheço por gente, ouço falar em abigeato. Lembro dos 'abas-largas' da Brigada Militar que tanto fizeram história, e do famoso abigeatário da década de 1950, o Tarco Cardoso, da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, misto de bandoleiro e Robin Hood. É evidente que é a partir do aumento do policiamento rural que as coisas começam a mudar. E isso é uma decisão política".
Agora, enfatiza o senador, "se ficar do jeito como a imprensa vem divulgando, é como 'uma casa sem tramela'. A situação é alarmante. Também deve haver penas mais rigorosas para quem comete o roubo, o abate e a comercialização. Aliás, a fiscalização e o trabalho da vigilância sanitária são fundamentais em todo esse contexto da inspeção", conclui Paim.
FONTE: JORNAL do COMÉRCIO – Edgar Lisboa