Senador
Paulo Paim
As legislações não podem beneficiar somente um lado da sociedade.
Elas devem ser abrangentes. Para o Brasil crescer é fundamental que a relação
capital e trabalho seja justa.
A reforma trabalhista
incorreu num erro ao pender a balança para um lado, desarmonizando, assim, as
relações do mundo do trabalho. Além do mais, vários estudos comprovam que ela
não tem o viés modernizador e gerador de empregos.
Por nossa iniciativa, o
Senado criou uma subcomissão para discutir o Estatuto do Trabalho, uma proposta
surgida dos diálogos da Frente Ampla pelo Brasil. A ideia é a construção de uma
nova carta social e trabalhista que coloque o Brasil em um novo patamar das
relações laborais com direitos e benefícios equilibrados. Ele é uma ousada
possibilidade para harmonizar os interesses de classes.
Buscamos um diferencial
que julgamos ser o mais importante na transformação de um país em uma nação,
que é a congregação humanista, solidária e de responsabilidade socioambiental.
O estatuto é uma
possibilidade única de o Brasil voltar a se encontrar com as suas diversidades
econômicas e sociais, resgatando, assim, o espírito inovador que foi cerne para
o desenvolvimento do País e para o crescimento do mercado interno, sem deixar
de capturar as oportunidades globais.
As novas tecnologias
estão fazendo com que novas profissões surjam. Mas isso não significa que a
porta para o futuro seja a negação de suportes que melhorem as condições de
vida da população. Buscamos a inclusão, e não a exclusão. Todos são cidadãos
com direito à saúde, à educação, à segurança, ao trabalho, a férias, a um
salário decente, ao salário-mínimo, ao descanso diário, a uma aposentadoria
digna e tantos outros benefícios.