No Senado, a proposta de reforma da Previdência terá tratamento minucioso, diferentemente do 'processo turbulento' da Câmara, segundo a avaliação de Paulo Paim. 'Engana-se quem acredita que os senadores apenas irão carimbar o que for decidido pelos deputados', enfatizou. Disse que o debate sobre questões como a taxação de inativos, a redução das pensões e a criação de fundo complementar não se dará de forma tão tranqüila, como imagina a gestão Lula. Afirmou que é preciso mais discussão sobre a constitucionalidade de alguns pontos para que o governo não seja vítima de 'enxurrada' de ações no Supremo Tribunal Federal.O senador ressaltou que, com as alterações de última hora, ficou evidente a falta de cálculos para basear a proposta de reforma previdenciária, mostrando a sua inconsistência. Disse que enviou ao governo requerimento para que os números fossem apresentados, mas não obteve retorno. Paim defendeu também adesão à greve dos servidores públicos como forma de pressionar os parlamentares a mudarem o texto. 'O Congresso Nacional anda de acordo com o ritmo das ruas. Quanto maior a mobilização, melhor', justificou. Lamentou que o desejo do presidente Lula de fazer as reformas o mais rápido possível irá gerar mudança 'meia-sola e injusta'.