O presidente em exercício do Senado Federal, senador Paulo Paim (PT/RS), elogiou hoje à tarde na tribuna, a iniciativa do Ministério do Trabalho de incluir no programa Primeiro Emprego mecanismos que permitam o combate à discriminação no mercado de trabalho. A intenção do ministério é fazer com que as empresas que aderirem ao Primeiro Emprego contratando negros, mulheres e deficientes recebam mais isenção fiscal que aquelas que não estimularem a valorização da diversidade.Em praticamente todas as regiões, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada -Ipea, a taxa de desemprego para a população negra é maior do que para a população branca. E estas condições mais desfavoráveis não podem ser atribuídas apenas a diferenças de nível educacional.- São barreiras postas pelo preconceito. A dificuldade no acesso ao mercado de trabalho não só reduz a renda das famílias negras, como bloqueia o acesso aos direitos básicos de cidadania, afirma o senador.Para o senador Paim, a iniciativa do ministro Jaques Wagner merece aplausos, porque estimula em boa hora a participação dos empresários. Algumas grandes empresas, como a Xerox, Kodak, Colgate-Palmolive, BankBoston, já vêm implementado programas de valorização da diversidade, com a parceria de organizações não-governamentais do Movimento Negro.O programa Primeiro Emprego, definindo um recorte racial, deve estimular outras iniciativas empresariais. Não podemos continuar apenas colecionando indicadores das desigualdades raciais. É necessário implementar políticas de superação dessas desigualdades. Dessa forma, o Ministério do Trabalho demonstra que todas as políticas e programas sociais podem dar a sua contribuição disse.Segundo ele, as cotas e ações afirmativas são necessárias. Mas se queremos que os afro-brasileiros participem em igualdade de condições na vida econômica e social do país é de fundamental importância que possamos incluir a dimensão racial em todas as políticas públicas de desenvolvimento econômico e social, finaliza.