De autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou nesta quarta-feira (04), o Projeto de Lei 56/2014, que institui o sistema de informação e assistência toxicológica e de logística de antídotos no âmbito do SUS.
O projeto teve relatoria da senadora Ana Amélia (PP-RS) e segue para votação no Plenário.
O senador Paim lembrou a tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), em 2013, onde 242 pessoas morreram. "Temos que ter essa praticidade na logística de medicamentos e até no atendimento para evitarmos mortes como aconteceu no caso da boate Kiss”, alertou Paim.
Na ocasião do incêndio da boate Kiss, as equipes médicas não dispunham da hidroxicobalamina injetável – antídoto para o gás cianídrico – e foi necessária a importação do produto, o que retardou em alguns dias a instituição de medidas destinadas à reversão dos danos sofridos pelas vítimas.
Em sua justificativa, Paim argumentou que as intoxicações mais graves sofridas pelas vítimas do incêndio decorreram, principalmente, da inalação de cianeto, também conhecido como gás cianídrico, resultante da queima do material de revestimento e veiculado como um dos componentes da fumaça. As dificuldades enfrentadas pelos médicos no tratamento desse tipo de intoxicação evidenciaram um fato corriqueiro em nosso país: a inexistência ou insuficiência de logística que facilite o acesso da população, especialmente os profissionais de saúde, a antídotos e informações pertinentes às suas indicações e ao acesso ao produto.
“A fim de contribuir para o enfrentamento dessas dificuldades, o ideal é que o sistema se encarregue, também, de parte das atribuições do Sinitox, contanto que se inclua, entre elas, prestar informações a toda a população, mas em especial aos profissionais de saúde, de salvamento e de resgate, sobre os vários aspectos relacionados com a prevenção e o tratamento de intoxicações, bem como sobre o acesso a antídotos”, afirmou.