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16.Junho
Conceder os 7,72% exigirá cortes

Brasília - A decisão do presidente Lula de sancionar ontem o reajuste de 7,72% para os aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que ganham acima de um salário mínimo foi tomada no início da tarde, após reunião com integrantes de sua equipe econômica. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para que a medida não comprometa o equilíbrio fiscal ocorrerão cortes no Orçamento da União no valor de R$ 1,6 bilhão. Os cortes serão feitos no custeio e em emendas de parlamentares. "Vamos garantir o equilíbrio fiscal, a solidez das contas públicas e a obtenção do superávit primário, portanto, a medida se equilibra com os cortes", disse Mantega que, junto com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, defendia o veto.  A decisão do presidente foi elogiada por líderes de partidos aliados e de oposição. "O aumento foi correto. Não foi só porque é ano eleitoral. O presidente vem dando esses aumentos. Há tempos ele vem fazendo uma política mais frouxa no aspecto fiscal", afirmou o presidente nacional do Dem, deputado Rodrigo Maia (RJ). "Eu esperava por isso. O Lula adora fazer cortesia com o chapéu alheio", disse o líder do PSDB na Câmara, João Almeida (BA).  Para o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o aumento dado aos aposentados será revertido aos cofres públicos com o pagamento de mais impostos, principalmente no consumo de mercadorias. "O governo fez as contas e viu que podia bancar o aumento", afirmou Jucá. Um dos maiores articuladores em favor do reajuste, o senador Paulo Paim (PT-RS), elogiou o presidente Lula, mas lamentou que não tenha sido sancionado o fim do fator previdenciário. "É importante que nesse momento mágico da economia o presidente tenha sancionado o aumento de 7,7%. Ganhamos uma etapa da luta, mas a luta pela derrubada do veto ao fim do fator previdenciário continua."  Segunda-feira à noite, em entrevista à TV Cultura, a candidata do PV à Presidência, Marina Silva, também defendeu a sanção do projeto e se posicionou contra o fim do fator previdenciário. "O reajuste é importante para que essas pessoas recuperem o seu poder aquisitivo, pois gastam muito com remédios", disse.  Fonte: Correio do Povo