Paulo Renato Paim é senador pelo Partido dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul em segundo mandato. Há 32 anos no parlamento brasileiro, cumpriu quatro mandatos de deputado federal, todos pelo PT-RS. Virou político naturalmente, pois desde o tempo de estudante já atuava na política. Foi presidente do Grêmio Estudantil. Como atleta de futebol do seu time de coração, o Caxias (antigo Flamengo de Caxias do Sul), foi capitão. Já trabalhando, presidiu a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Em um ano já era presidente do sindicato de Canoas. Passado outro ano, se tornou dirigente da CUT Nacional. Em seis meses foi eleito presidente da Central Estadual dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul. Com um racha no movimento sindical, logo estaria como secretário-geral da CUT Nacional e, dali a três anos, em um congresso de trabalhadores gaúchos, foi escolhido para ser o candidato dos trabalhadores a deputado federal constituinte. Eleito, veio para Brasília ajudar na elaboração da Constituição cidadã de 1988. Paim se destaca desde seus primeiros mandatos como um defensor incansável dos direitos dos trabalhadores. Presidente da CPI da Reforma da Previdência, convocou entidades nacionais, entre elas o SINPROFAZ, para contribuirem com os debates, por intermédio de informações e depoimentos. A conclusão da CPI foi de que a Previdência não é deficitária. A Constituição deixa claro quais são as fontes de financiamento da Previdência, porém, o governo federal manipula os números para dar uma impressão errada do problema para os brasileiros. Veja a seguir entrevista com o senador Paulo Paim concedida à Revista Justiça Fiscal em 21 de novembro.
Sua atuação sempre se destacou
pela defesa dos trabalhadores. Hoje,
olhando os ataques que o trabalhador
vem sofrendo, a situação do país
e, particularmente, do Congresso, o
que o incentiva a continuar nessa
luta?
Vendo essa questão que você coloca, do desgaste do mundo político, das derrotas que tivemos, inclusive pensei até em trocar de partido e sair. Mas daí, debate com um, debate com outro, fui amadurecendo com a visão de que se os melhores (não que eu seja melhor) quadros que defendem o povo trabalhador saírem, vai sobrar só a escória, que vai continuar assaltando o nosso povo. E as causas, pra mim, estão em primeiro lugar. São as causas que dão energia à nossa vida; que fazem com que a gente se emocione, que o coração bata mais forte, e nos dá inclusive vida. E olhando esse cenário, com tanto ataque aos trabalhadores, seria uma covardia eu sair de campo e deixar uma lacuna onde aqueles que têm uma experiência acumulada podem ajudar muito, inclusive renovando, trazendo novas lideranças e passando sua experiência. Eu estou há 32 anos no parlamento. Para mim, se fosse pelo interesse pessoal, o melhor seria sair e cuidar da minha vida pela experiência, por tudo que aprendi e fiz aqui dentro. Mas acho que este é um momento em que nós temos que ter um acúmulo de forças no campo progressista para caminhar juntos naquilo que eu defendo, que é uma grande Frente Ampla pelo Brasil (que já tem manifesto redigido). Há dois anos estou reunindo as melhores pessoas do bem numa frente ampla do centro para a esquerda, pois tem que ter uma questão ideológica e programática mínima, para o centro e a esquerda caminharem juntos. Então é isso que está me levando adiante: o compromisso de combater essa quadrilha que está instalada hoje no país e ajudar a construir um projeto de nação.
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