Evento de grande porte, importante para todos os segmentos sociais, a 11ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul mobiliza artistas, escolas, universidades em Porto Alegre. Em meio ao movimento, o caráter singelo de uma iniciativa de inclusão, se destaca. O Clube do Museu, que inclui crianças com deficiência em passeios culturais – com audiodescrição e recursos táteis –, fará visitas à Bienal nos dias 2 de junho e 7 de julho.

A busca por mais acessibilidade e inclusão de crianças com deficiência em museus, galerias, ateliês e casas de artistas, teve início quando a diretora do espaço, Kelly Martinez, fez contato com o meio acadêmico, que despertou nela o valor da acessibilidade no cotidiano.

Motivada por proporcionar cultura a todas as pessoas, Kelly diz que o projeto com crianças ainda apresenta desafios. Ela busca parcerias para torná-lo 100% acessível. “Não temos intérprete de Língua Brasileira de Sinais e os materiais táteis são produzidos de forma artesanal. Também precisamos de apoio na confecção de placas em braile indicando o título da obra, nome do artista, ano e técnica. As placas devem ser usadas junto às réplicas das obras que são produzidas, até o momento, em cerâmica fria.”

Para o presidente da Faders - Acessibilidade e Inclusão, Roque Bakof, a iniciativa, mesmo que ainda não 100% como diz Kelly, merece destaque. “Vemos como algo positivo, pois desperta o público infanto-juvenil para a sensibilidade. Além disso, a ação beneficia a relação deles com suas famílias, já que acabam compartilhando o universo artístico. É uma ação que traz dupla repercussão: a conscientização das crianças e a coligação com os demais”, disse o presidente.