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09.Julho
CE aprova inclusão da líder sindical Margarida Alves como heroína da pátria

Margarida Maria Alves foi assassinada com um tiro no rosto em 12 de agosto de 1983, há exatos 35 anos. A mando de fazendeiros da região, pistoleiros armados de calibre 12 atiraram no rosto da presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, na frente de seu filho e de seu marido, na porta de casa. 

O crime foi motivado pelas denúncias que a sindicalista fazia contra abusos e desrespeito aos direitos dos trabalhadores nas usinas da região. Durante os 12 anos em que presidiu o sindicato, Margarida moveu mais de 73 ações contra as usinas de cana de açúcar da região. Depois de sua morte, ela se transformou num símbolo da luta das mulheres camponesas por terra, justiça e igualdade. 

Os conflitos entre trabalhadores rurais  e proprietários de terra seguem fazendo vítimas e manchando de sangue a história do campo no Brasil, o país mais violento do mundo para populações camponesas. Só em 2017, 71 pessoas foram assassinadas no campo por lutarem por terra ou em defesa do meio ambiente – maior número registrado desde 2003. Os crimes costumam ser motivados pelas disputas de interesses entre comunidades tradicionais, agricultores e grupos interessados em explorar territórios, como o agronegócio.

A maioria deles, porém, segue sem esclarecimentos.  Desde o ano 2000, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), com apoio da Articulação de Mulheres Brasileiras, da Marcha Mundial de Mulheres, da Central Única dos Trabalhadores e de outras 27 federações estaduais e mais de 4 mil sindicatos, realizam em Brasília a Marcha das Margaridas.

A homenagem foi iniciativa da deputada Maria do Rosário (PT-RS) e teve como relator o senador Paulo Paim (PT-RS). O livro está depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília, e traz os nomes de Tiradentes, Zumbi dos Palmares e Santos Dumont, entre outros personagens históricos.

Marcha das Margaridas
A líder sindical Margarida Alves nasceu em agosto de 1933 e morreu em agosto de 1983, logo após completar 50 anos. Ela foi assassinada por latifundiários na porta de casa, em Alagoa Grande (PB). Margarida lutava por direitos básicos dos trabalhadores rurais, como carteira de trabalho assinada, jornada de oito horas, férias e 13º salário. Em 2000, em homenagem a ela foi criada a “Marcha das Margaridas”, mobilização de trabalhadoras rurais.

Para Paim, a homenagem servirá de exemplo e inspiração para uma geração de mulheres e meninas.

Agência Senado