Pesquisar no site
05.Dezembro
“O Chile era uma ilha na América Latina”, diz Isabel Allende

Por Talita Moreira, Valor Econômico — Miami

Em palestra a executivos de bancos, escritora chilena afirmou que os protestos no seu país são movidos por raiva da desigualdade e fazem parte de um “parto doloroso” de uma nova relação dos jovens com a vida

A escritora chilena Isabel Allende afirmou que os protestos que tomaram conta de seu país são movidos por raiva da desigualdade e do modelo econômico vigente, e fazem parte de um "parto doloroso" de uma nova relação dos jovens com a vida.

Segundo ela, não está claro ainda que novo mundo é esse que se quer, mas as manifestações sinalizam essa busca. "Temos que voltar para o que nos faz realmente felizes, que não é [ter] mais dinheiro, mais coisas", afirmou. "Quero que essas pessoas mais jovens assumam o controle e se livrem de todos os velhos dinossauros, por favor."


As declarações foram feitas durante evento sobre inovação promovido pela Mastercard, numa plateia repleta de executivos de empresas de meios de pagamentos e bancos. Isabel foi convidada a falar sobre as conexões humanas que a tecnologia não substitui.

Na sessão de perguntas e respostas, a escritora foi questionada sobre o que gostaria que mudasse no mundo, e foi então que mencionou os protestos no Chile.

"Ninguém previu as coisas que estão acontecendo no Chile. O Chile era uma ilha na América Latina, um lugar com estabilidade econômica, social e política, em que as pessoas achavam que nada poderia acontecer. E em questão de horas nós tínhamos 1,4 milhão de pessoas nas ruas protestando, sem nenhum líder, sem nenhuma plataforma, ninguém falando, nenh

Para ela, as manifestações refletem a insatisfação sobretudo dos mais jovens com a desigualdade social e a "pobreza disfarçada".


Autora de livros como "A casa dos espíritos", Isabel é sobrinha de Salvador Allende, presidente chileno deposto pelo golpe militar liderado pelo General Augusto Pinochet.

A repórter viajou a convite da Mastercard