O Senado atravessa uma crise que não será resolvida com a simples extinção da instituição. Todos os pilares da democracia passaram ou passam por tensões. Mas é da divergência que nascem os avanços. Países como os Estados Unidos e outros que mantêm o congresso bicameral são democracias que já atravessaram momentos de dificuldades.Defendemos uma mudança estrutural do Senado. Precisamos de uma reforma administrativa democrática, a qual acompanhe o avanço tecnológico com total transparência; além de um rigoroso controle de gastos da Casa. Acreditamos no papel do Senado enquanto instituição. E falamos isso com a clareza de quem há duas décadas apresentou uma PEC propondo o parlamento unicameral.Mas, com o passar dos anos, percebemos que o Senado não era uma casa conservadora. Prova é que em 16 anos de trabalho na Câmara dos Deputados não aprovei mais que 12 projetos e, no Senado, em sete anos foram mais de 50.Entre eles, destacam-se o fim do fator previdenciário; o reajuste de aposentadorias e pensões de acordo com o mínimo; a recomposição desses benefícios de acordo com seus valores iniciais; os estatutos do Idoso, da igualdade racial e da pessoa com deficiência; e a garantia de 50% das vagas em universidades públicas para alunos do ensino público. Já aprovamos o fim do voto secreto e o Fundep, matérias que estão no plenário.Somos uma democracia jovem. E, assim, o Senado Federal tem importante papel nas decisões do País. Precisamos mudar pontos específicos, é fato. Mas não podemos regredir nos avanços já obtidos em termos de democracia.Senador Paulo Paim (PT/RS)