A presença do presidente Jair Bolsonaro em um ato que defendia a intervenção militar provocou a reação imediata dos senadores. Na manifestação ocorrida no domingo (20), em Brasília, em frente ao Quartel-General do Exército, um grupo de pessoas também pediu o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Em seguida, parlamentares foram a suas redes sociais para lamentar o episódio.
Para o senador Roberto Rocha (PSDB-MA), é natural que o ex-militar Jair Bolsonaro fosse ao Quartel-General na data em que é comemorado o Dia do Exército. No entanto, não é natural que grupos minoritários sejam protagonistas na defesa de uma agenda antidemocrática, avaliou o senador. O parlamentar disse ainda que o maior patrimônio do povo é a liberdade, que tem como fiadora a democracia.
"Entendo que o presidente, pressionado, busque o apoio dos grupos fiéis ao seu governo. Mas deve buscar, acima de tudo, a união entre todos os brasileiros, e não alimentar a imagem de que flerta com a agenda de atrasos institucionais, como prega uma minoria", acrescentou.
O senador Plínio Valério (PSDB-AM), por sua vez, disse que é triste ver manifestações a favor do regime militar. Segundo ele, trata-se de uma minoria que não representa nem de longe o que na verdade pensam os brasileiros.
"E mais: se consulta houvesse, a grande maioria dos militares diria que não quer isso. Há uma consciência saudável nas casernas sobre qual é a verdadeira missão das Forças Armadas, que, diga-se de passagem, elas cumprem com muita honra e dignidade", disse.
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, viu de outra forma. Ele lembrou que a manifestação de domingo, em Brasília, foi contra o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia:
"Impressionante a canalhada querendo desqualificar manifestações a favor de Bolsonaro e contra arroubos de Rodrigo Maia como se fossem atos pelo AI-5 ou contra o Congresso Nacional. Democracia pulsando forte; o povo mandou seu recado hoje", publicou no Twitter.
A mensagem de Flávio foi republicada horas depois pelo senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ), também representante do Rio de Janeiro.
Paulo Paim (PT-RS): "O país necessita de comando, unidade e bons exemplos para combater a pandemia, assim como o mundo está fazendo. É inaceitável que o Presidente compareça a um ato público que ataca a democracia e as instituições. Basta de incitação ao ódio. É preciso governar e salvar vidas."
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado