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13.Dezembro
Fazendo da inclusão uma prática, por Paulo Paim

Zero Hora - ArtigoO Senado Federal, através da Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência, celebra um momento muito especial, quando vivemos um contato valoroso com um público formado por pessoas corajosas, perseverantes e cheias de força de vontade. Pessoas que, apesar de suas dificuldades, vencem obstáculos, dão exemplos de vida. Pessoas que estão em busca da inclusão.Segundo dados do Censo 2000, existem 24,6 milhões de pessoas com deficiência. Se olharmos sob o aspecto consumo, por exemplo, grande parte desse universo são consumidores carentes de produtos e serviços específicos.Se multiplicarmos este total por três, levando em conta familiares que fazem parte deste convívio, teremos 73,8 milhões de indivíduos que lidam diariamente com esta realidade e que são positivamente influenciados por empresas que oferecem produtos, serviços e atendimento direcionados à população com deficiência. Em porcentagem, este número equivale a 43,5% da população, ou quase um em cada dois brasileiros.Outro exemplo: 78,1% das pessoas com deficiência se relacionam diretamente com a agência bancária, não delegando esta função a terceiros, donde se supõe que o atendimento e a acessibilidade são fundamentais para todos os setores e atividades sociais e econômicas do país.Precisamos levar em conta que estamos aguardando o novo Censo de 2010 e que certamente esses números serão ainda mais altos.No intuito de colaborar e agilizar o processo de inclusão, vem o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Esse projeto já foi aprovado no Senado (PLS 06/03) à luz da Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e, desde então, temos lutado por sua aprovação na Câmara (PL 7699/06) e aguardamos votação em plenário.O Estatuto traz em seu bojo o princípio da inclusão social, com uma série de direitos e garantias nas várias áreas da atuação pública e social. Na área da educação, por exemplo, prioriza a educação inclusiva e prevê cotas para o ingresso no Ensino Superior. A qualificação da população com deficiência equivale a 78,7% com até sete anos de estudo. Esse é um grande obstáculo para a inclusão. Somente pelo artigo que garante às pessoas com deficiência o direito de receber um salário mínimo, ele já merecia ser aprovado.Temos recebido apoio maciço pedindo que o Estatuto seja votado o mais breve possível e vamos seguir lutando para isso. Toda sociedade está convidada a se engajar nesta conquista!