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17.Dezembro
Veja quais são os senadores mais influentes nas mídias e nas redes sociais

Pedro Capetti

A pandemia de Covid-19 fez com que os senadores investissem ainda mais na presença nas redes sociais, brigando por cada like do eleitor. Levantamento feito pela consultoria Zeeng/MonitoraBR mostra que o líder do governo Fernando Bezerra (MDB/PE) é o politico mais influente do Senado, considerando a presença nas redes sociais, em portais de comunicação e interação dos usuários.

A análise leva em consideração a presença digital de 80 dos 81 senadores. Apenas Chico Rodrigues (DEM/RR), afastado de suas funções após ser encontrado com dinheiro na cueca durante uma operação da Polícia Federal, não foi incluído. O período de coleta de dados vai de 1º de outubro a 11 de dezembro. 

O levantamento considera as redes sociais de cada congressista, a partir de indicadores como quantidade e alcance das publicações, engajamento, número de seguidores e presença do político em veículos de comunicação. A partir de um método estatístico, uma nota (de zero a 10) é conferida para cada político.

No topo do ranking figuram políticos de direita e de esquerda, indicando que os investimentos e as estratégias nas redes sociais têm sido adotados por todos os lados do espectro político. Fernando Bezerra é seguido por Alvaro Dias (Podemos/PR), Paulo Paim (PT/RS), Fernando Collor (PROS/AL), Flávio Bolsonaro (Republicanos/RJ) e Ciro Nogueira (PP/PI).

Eduardo Prange, diretor da Zeeng/MonitoraBR, afirma que, apesar de as notas dos senadores estarem próximas, eles apostam em estratégias diferentes. Enquanto Dias e Flávio fazem um trabalho intenso nas redes sociais e focam pouco em sites próprios, Bezerra consegue um equilíbrio maior entre todas as plataformas avaliadas.

— O Fernando Bezerra não é o primeiro em rede social, imprensa, notícias, mas consegue ser mais consistente. É um cara com presença mais equilibrada. Os demais acabam deixando a desejar na questão dos sites próprios — ressalta Prange. 

O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM/AP), está na nona colocação do ranking de posicionamento digital. Apesar de aparecer em 9,5 mil das 49 mil notícias avaliadas no período, o político tem uma presença menor nas redes do que seus colegas de parlamento, o que impacta no índice final.

A baixa presença nas redes pode afetar o futuro político do senador. Hoje, segundo Prange, Alcolumbre não figura entre os principais destaques em nenhuma das redes sociais. E onde tem seu melhor desempenho, nas menções na mídia, tende a perder posição após o fim do mandato, em fevereiro, uma vez que há forte relação desse desempenho com o cargo que ocupa hoje.

Todos os congressistas mantêm pelo menos uma conta ativa em alguma rede social. Ao todo, segundo o levantamento, os senadores somam 35 milhões de seguidores, sendo 16 milhões no Facebook; 9,6 milhões no Twitter; 9,1 milhões no Instagram; e 111,8 mil de inscritos no Youtube, indicando que poucos exploram a plataforma de vídeos.

No entanto, há desigualdades na quantidade de seguidores. Enquanto o ex-atacante Romário (Podemos/RJ) tem o maior ativo social do Senado, com 7,4 milhões de seguidores em suas redes, o parlamentar Ney Robison Suassuna tem o menor: 1.558 seguidores, sendo 1.500 no Instagram.

Flávio Bolsonaro é o senador que mais recebe “reações love” em suas publicações e o quinto ao que mais reagem com “raiva”. Lidera o ranking de negação o senador Alvaro Dias.

Para Prange, o ano de 2021 deverá ser ainda mais intenso nas estratégias digitais dos senadores, principalmente daqueles que devem tentar um outro cargo ou estão em final de mandato em 2022.

— A presença digital se prova como algo perene, não adianta fazer apenas em ano de eleição. Os principais cases (exemplos) são de atores que avaliam imagem, o ambiente competitivo, e chegam com arsenal mais preparado no momento da eleição — defende o diretor do MonitoraBR. — Os que fazem isso são os que se elegem.

Fonte: O Globo