O senador gaúcho Paulo Paim (PT) defendeu ontem abertamente a elevação do salário mínimo para R$ 560 neste ano. Ele é o primeiro parlamentar petista a defender um valor acima dos R$ 545 propostos pelo governo. Paim garante que não está sozinho. "Tenho conversado com as centrais sindicais e com deputados, inclusive alguns do PT, e há muita gente pedindo um entendimento em torno dos R$ 560."O assédio a setores do PT ligados ao movimento sindical faz parte da estratégia das centrais sindicais. Coube principalmente à Central Única dos Trabalhadores (CUT) procurar deputados do partido da presidente Dilma Rousseff. O trabalho é para evitar que o PT feche questão pelo valor de R$ 545. Sem fechamento de questão, os sindicalistas acreditam que dá para conseguir muitos votos na bancada petista. Paim nega que sua intenção seja abrir uma dissidência. Ele pede a reabertura das negociações e que o valor de R$ 560 seja aceito pelo governo. "Qual o problema de antecipar um pouco o aumento do ano que vem? Se a Previdência está tão mal, o governo não discutiria a redução da contribuição sobre a folha. As centrais souberam recuar dos R$ 580 para os R$ 560. Manter uma posição inflexível não fará bem a ninguém." As centrais tentam conquistar votos nas bancadas do PC do B e do PSB.